Fendas orofaciais no recém-nascido e o uso de medicamentos e condições de saúde materna: estudo caso-controle na cidade do Rio de Janeiro, Brasil / Oral clefts in the newborn and medical intakes and maternal health conditions: a case-control study in the city of Rio de Janeiro, Brazil

OBJETIVOS: avaliar a associação deste grupo de malformações e determinadas condições de saúde materna. MÉTODOS: estudo caso-controle reunindo 274 portadores de fendas lábio-palatinas e 548 controles hospitalares. As medidas de risco (odds ratio: OR), foram obtidos a partir da análise de regressão logística condicional. ESULTADOS: as principais associações foram o relato de malformações maternas (OR 8,01; IC95 por cento: 2,23-28,81); infecções ginecológicas (OR 2,77; IC95 por cento: 1,50-5,10); distúrbios neurológicos (OR 7,11; IC95 por cento: 2,57-19,75); viroses (resfriados comuns, por exemplo) (OR 7,57; IC95 por cento: 2,46-23,32). Na história reprodutiva, nenhuma condição foi estatisticamente significantes, no entanto, abortos espontâneos prévios (OR 1,42; IC95 por cento: 0,95-2,13) e natimortos (OR 2,22; IC95 por cento: 0,88-5,65) exibiram maior magnitude de risco. Além do uso de anticonvulsivantes (OR 20,00; IC95 por cento: 3,36-437,97), outros grupos de medicamentos atuaram como fatores de risco, como analgésicos (OR 1,45; IC95 por cento: 1,08-1,95); antibióticos (OR 2,43; IC95 por cento: 1,33-4,57); antifúngicos (OR 9,00; IC95 por cento: 2,14-61,12) e chás (OR 4,09; IC95 por cento: 2,23-7,77). CONCLUSÕES: ao lado de exposições já descritas na literatura, como aquela relativa ao uso de anticonvulsivantes, outras tantas foram identificadas. Embora possam ter sofrido a influência de fatores de confundimento e viés de memória, que podem afetar os resultados deste estudo elas devem ser avaliadas servindo de subsídio para estudos mais específicos.

Orofacial clefts in the newborn and environmental and occupational parental exposures: a case-control study in Rio de Janeiro, Brazil

OBJETIVOS: avaliar fatores de risco envolvendo exposições ambientais e ocupacionais dos pais associadas com a ocorrência de fendas orofaciais em um grupo de crianças brasileiras. MÉTODOS: estudo caso-controle de base secundária reuniu 274 casos de portadores de fendas lábio-palatinas (FL±P)e fendas palatinas isoladas e 548 controles (1:2). Foram analisadas as variáveis proximidade residencial a área industriais, exposição a inseticidas comerciais, pesticidas agrícolas, e usados no controle de vetores, bem como várias exposições ocupacionais. Os resultados foram obtidos através de análise de regressão condicional. RESULTADOS: a proximidade a instalações industriais como potencial fator de risco (OR = 3,32; IC95 por cento: 2,18-5,05) para fendas orofaciais, bem como a combinação do uso doméstico de inseticidas e o controle urbano de vetores (OR = 5,73; IC95 por cento: 2,51-11,28). A ocupação profissional materna mais fortemente associada ao desfecho foram os serviços domésticos (OR = 2,89; IC95 por cento: 1,76-4,86). CONCLUSÕES: Admitindo os relatos da literatura de que solventes estão freqüentemente associados a FL ± P e que estes estão presentes em inúmeros produtos industriais e de uso doméstico, os resultados obtidos são plausíveis. Outras associações, como o uso rotineiro de inseticidas domésticos requerem estudos futuros para confirmação da hipótese.

Associaçäo entre aleitamento materno e hábitos de sucçäo näo-nutritivos / The association between breast feeding and non-nutritive sucking habits

O presente artigo baseia-se em revisäo da literatura e avaliaçäo clínica que possibilitaram a observaçäo da relaçäo entre o período de amamentaçäo materna exclusiva (AME) e a concomitante e/ou posterior aquisiçäo de hábitos de sucçäo näo-nutritivos. Após aplicaçäo de questionário aos responsáveis e exame clínico em 100 crianças atendidas em clínica odontopediátrica da Universidade Federal de Juiz de Fora, os autores observaram AME (mesmo por pequeno período) em 24 por cento das crianças, a associaçäo entre o uso de amamentaçäo mista ou artificial e o uso de chupeta ( e outros hábitos de sucçäo näo-nutritivos), bem como o relato de problemas respiratórios. Torna-se clara a ênfase no aleitamento natural, especialmente nos 6 primeiros meses, como forma de prevençäo contra futuros problemas de ordem geral e local